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Paulo Roberto, o Parofes, em seu último aniversário - Arquivo Pessoal |
O montanhista Paulo Roberto Felipe Schmidt - o Parofes - perdeu sua batalha de 2 anos contra a leucemia no último dia 10 de maio. O simples fato de seu falecimento já seria lamentável, mais ainda em um país que faz estádios de futebol caríssimos e em contraponto deixa sua população sem acessos aos cuidados básicos de saúde. O que matou Parofes não foi sua doença, como ele mesmo diz em seu último relato, mas sim a burocracia do SUS e o atraso em exames que poderiam ter encontrado um doador compatível.
As chances de um paciente que não possua parentes compatíveis de encontrar um doador depende de um cadastro, o Redome. Os doadores se cadastram no sistema e acontece um cruzamento dos dados entre eles e os pacientes na fila para verificar a compatibilidade. Até aí, tudo bem, o problema está na morosidade do sistema em liberar os exames para que seja feito o transplante. As chances diminuem ainda mais pois todos os procedimentos são pagos pelo SUS e, como todos sabemos, saúde não é prioridade no país da Copa.
Outro agravante: o acesso ao cadastro do paciente no sistema é restrito ao médico que o cadastrou. Se algo acontecer com o médico, ou a equipe do hospital mudar, o novo médico fica impedido de acessar o cadastro. Parofes e seu médico levaram absurdos 8 meses para conseguir acesso ao banco de dados e a liberação dos exames. Difícil entender que um paciente venha a óbito com tantos cadastros ocorrendo para doação de medula. Mas para a realização de um transplante de medula óssea são necessários diversos procedimentos de ponta a ponta, exames preliminares, quimioterapia pré-transplante, o próprio transplante e complicações possíveis que o paciente possa sofrer após o procedimento. E isso tudo é pago pelo SUS que não tem interesse em agilizar o processo pois com esse custo é possível pagar mais e mais corrupção e financiar a construção de novos estádios ou portos em outros países.
Até quando quem deveria proteger a população vai assinar seu atestado de óbito?
Fica aqui a nossa indignação com essa situação caótica em que se encontra a saúde pública brasileira e o nosso sentimento à família do Parofes que perdeu sua vida por viver nesse país onde o Governo Federal luta contra a população.
Leia o relato completo do montanhista no link: http://altamontanha.com/Colunas/4399/minha-ultima-coluna
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